quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Inteligência canina é semelhante à de bebês


Foi isso que disse um estudo realizado na universidade de Viena. Um grupo de pesquisadores austríacos fez testes semelhantes em crianças (ou bebês) e em cães de diversas raças. Os resultados da pesquisa, que foram publicados na revista científica “Current Biology”, constataram que os cachorros tinham uma inteligência semelhante à de crianças com 14 meses de idade.

Os testes realizados para medir a inteligência dos cães e das crianças foram divididos em duas etapas. Na primeira, as crianças ficavam observando suas respectivas mães entrarem num quarto com as duas mãos ocupadas e como estavam com as mãos ocupadas as mães acendiam a luz usando a testa para apertar o interruptor. Depois disso os bebês foram estimulados a também acenderem as luzes, só que os bebês aperteram os interruptores com as mãos e não com a testa, ou seja, eles analisaram a situação e perceberam que as mães usaram a testa porque estavam com as mãos ocupadas e como eles estavam com as mãos livres seria mais fácil utilizá-las do que a testa.

Os testes que os cientistas fizeram nos cachorros foi semelhante ao das crianças. Desta vez eles treinaram uma collie chamada “Guinness” para que ela empurrasse uma barra de madeira com as patas e não com o focinho como os cachorros costumam fazer. Toda vez que a collie empurra a barra os cientistas davam-lhe um pouco de comida como prêmio. Um grupo de cães observou a cadela empurrar a barra com as patas enquanto ela estava com a boca ocupada mordendo uma bola. Logo em seguida, um segundo grupo de cães assistiu “Guinness” empurrar a barra de madeira com as patas, mas sem nada na boca desta vez. Assim como fizeram com as crianças os cientistas colocaram os cães para fazer o mesmo que eles tinham observado. Primeiro foi usado um terceiro grupo que não havia visto “Guinness” empurrar o pedaço de madeira com as patas. Como era de se esperar, 12 dos 14 cães deste grupo empurraram a madeira com o focinho. Depois os cientistas mandaram os cães que haviam visto a cadela empurrar a madeira sem nada na boca. O grupo era formado por 19 cães, dos quais 16 imitaram a cadela e também empurraram o objeto com as patas, pensando que também receberiam algum prêmio.

Quando foi a vez do primeiro grupo, dos 21 cães que haviam visto a collie empurrar a barra de madeira com a boca ocupada, 17 deles usaram o focinho para empurrar a barra. Foi a partir da observação deste fato que os cientistas notaram que os cães, assim como as crianças, perceberam que a cadela havia usado as patas apenas porque estava com a boca ocupada e que seria mais fácil para eles usar o focinho.

O interessante desse estudo é que ele mostra que os cães fazem uma imitação seletiva, pois dependendo da situação eles são capazes de perceber se eles devem imitar o que eles acabaram de ver ou não.